Fiz recentemente o upgrade ao meu Kubuntu, para a versão 10.04. Tenho alguns problemas, especialmente de lentidão na interface gráfica.
No entanto ao despistar esses problemas encontrei uma forma simples de instalar flash no kubuntu a 64 bits.
Nunca o tinha conseguido efectuar de uma forma simples, até que encontrei uma página com um script. Na pressa de o testar, fiz download, examinei-o e corri-o. Funciona :)
Mas, se tivesse lido melhor a página teria visto que existe uma forma melhor para instalar o flash. Fica para a próxima :)
Acabei de ouvir agora nas notícias (da SIC) que o próximo censos se irá perguntar aos portugueses qual a sua orientação sexual, e qual o grau de parentesco de pessoas que vivem na mesma casa.
Começo por achar discutível, a primeira questão. Qual é a importância de saber a percentagem de hetero, homo, ou bi-sexuais que há em Portugal? Sinceramente acho que não é muita. Além de que duvido que as respostas sejam realmente verídicas. Mas perguntem à vontade.
Já o grau de parentesco, me parece menos polémico, e ligeiramente mais relevante.
Agora o que eu achei fabuloso foi a notícia terminar referindo a obrigatoriedade de responder ao censo, punível com coimas até 250 Euros (esta última parte não ouvi bem, pelo que não garanto ser esse o valor).
Epá!!! Isto pode ajudar a resolver a crise. Deixo aqui a 'receita':
Amanhã temos mais um jogo de Portugal no campeonato do mundo. Desta vez contra o Brasil.
Os resultados antes da última jornada são animadores para Portugal.
Classificação | Pontos | Vitórias | Derrotas | Empates | G. Marcados | G. Sofridos |
Brasil | 6 | 2 | 0 | 0 | 5 | 2 |
Portugal | 4 | 1 | 0 | 1 | 7 | 0 |
Costa do Marfim | 1 | 0 | 1 | 1 | 1 | 3 |
Coreia do Norte | 0 | 0 | 2 | 0 | 1 | 9 |
O Brasil, com 2 vitórias, já está apurado.
Portugal, com 4 pontos, fruto de um empate a 0 e uma retumbante vitória por 7 a 0, está em segundo lugar, mas numa posição muito confortável.
Em terceiro está a Costa do Marfim, com 1 ponto, e saldo negativo nos golos marcados. Mais concretamente, marcou 1 e sofreu 3. Em último está a Coreia do Norte, que irá provavelmente dar tudo por tudo para recuperar um pouco a sua honra, e para evitar males maiores no regresso a casa. No máximo pode aspirar a 3 pontos caso consiga vencer a Costa do Marfim.
Com isto tudo, o que se poderá esperar dos jogos de amanhã?
Já aqui lembrei que não percebo nada de futebol, mas apeteceu-me fazer uma pequena análise. Publico-a antes para depois comparar e corar de embaraço :)
Na minha erudita opinião, a Coreia vai-se «esmifrar» para ganhar à Costa do Marfim. Para a Coreia, há muito mais em jogo do que apenas 3 pontos. Como a Costa do Marfim, não mostrou sinais de se acanhar muito, acho que vão haver muitas faltas, e cartões com fartura. Vão sair vermelhos quase de certeza.
Quanto ao jogo que nos interessa, penso que ambas as equipas vão alinhar com a sua formação principal. Poderá haver uma ou outra alteração, mas duvido muito que alguém faça alinhar uma equipa B. No caso do Brasil, mesmo que o fizesse, não produziria muita diferença na qualidade da equipa. Os suplentes do Brasil teriam lugar como titulares na grande maioria das selecções. E com certeza que esses 'suplentes' iriam querer mostrar serviço e provar a Dunga que merecem ser titulares. Por isso, não acredito que a qualidade do seu jogo baixasse consideravelmente.
Portugal acho que também se pode considerar apurado, a não ser que soframos novamente uma derrota copiosa como a dos 6-2, e que a Costa do Marfim consiga também golear os Coreanos. E é aqui que tenho mais dúvidas. Portugal já mostrou que sabe jogar em equipa. Vários jogadores já marcaram neste campeonato, pelo que a tensão já se dissipou um pouco. Penso que iremos jogar com alguma calma, com bastantes cuidados defensivos, e espreitar o contra ataque. Penso que a principal preocupação de Queiroz seja a de não sofrer (muitos) golos. E é bom recordar que quer a Costa do Marfim, quer a Coreia marcaram ambas um golo ao Brasil.
Gostava de voltar a ver os naturalizados no banco, mas isso já é o meu lado emocional. Calculo que o Deco volte a alinhar, e que o Liedson também faça uma perninha.
Concluindo, não espero grandes exibições neste jogo. Um empate serve a ambas as equipas, e uma derrota (por poucos golos) também serve a Portugal.
Sou português, e gosto de futebol. Sou adepto do Benfica, e há 30 anos atrás dei uns chutos na bola com mais umas dezenas de putos como eu, nuns treinos de captação para o Vitória de Setúbal. É esse o limite da minha cultura futebolística. Mas, como disse lá atrás, gosto de futebol. E gosto principalmente de ver um bom jogo. E um bom jogo, na minha opinião tem de ter golos. Ou, se não os tiver, que tenha ao menos jogadas para golo, e muitas de preferência.
Não sou grande grande conhecedor do mundo da bola. Para mim o jogo acaba quando o árbitro apita, e eventualmente terá mais 10 ou 20 minutos de comentários, a seguir ao jogo onde me permito opinar sobe uma ou outra jogada, uma ou outra característica do jogo. E isto se tiver visto o jogo até ao fim, pois muitas vezes, se o jogo não tiver ritmo, largo-o e vou ver ou fazer outra coisa.
Serve isto para dizer que este último ano vi vários jogos. O "meu" Benfica jogou como não jogava há vários anos, e consequentemente teve a minha atenção. Vibrei com o campeonato, e espero que para o ano consiga voltar a fazer grandes exibições.
A outra equipa que me faz ver futebol é obviamente a selecção nacional. E naturalmente gosto de os ver jogar bem, e marcar golos. Na era Queiroz isso não tem acontecido tanto quanto nós desejamos. Muitas vozes se levantaram contra Queiroz, e eu próprio, com os meus parcos conhecimentos achei que com ele ao leme a nossa selecção não iria muito longe. Outra coisa que nunca me agradou, foi a questão das naturalizações. Naturalizar jogadores, por muito bons que sejam, para os colocar na selecção é legal, mas quanto a mim errado. Não conheço nenhum dos 3 que jogam actualmente na nossa selecção, mas duvido que sintam a camisola da mesma forma que os que cá nasceram, e que tiveram por ambição ao longo da sua carreira, merecer envergar essa camisola. Aqueles 3 escolheram a camisola portuguesa quando viram que não havia hipótese de envergar a camisola canarinha, pela qual certamente também terão ansiado durante a maior parte das respectivas carreiras. Não me agrada ficar com a segunda escolha.
Mas, mesmo fazendo contas e com alguns sustos pelo caminho, a nossa selecção lá se qualificou para o campeonato do mundo. Notou-se que o entusiasmo desta vez não era o mesmo de outras competições, e os jogos de preparação não ajudaram muito. O povo queria vitórias e golos, e obtinha jogos defensivos, e calculistas, com um ou outro golito. muito pouco para o que se desejava.E as questões sucediam-se. Foi o não convocar de alguns jogardes, como o João Moutinho, que tendo feito os jogos de apuramento, merecia, na minha opinião ter sido convocado. Foi o caso do José Castro, chamado para mais tarde ser mandado para casa. Foi o número excessivo de defesas que constam dos seleccionados. Já na África do Sul, foi a clavícula do Nany, que nas vésperas de um controlo anti-doping, obrigou o atleta a regressar a casa. Depois do empate com a Costa do Marfim, com uma exibição fraca, foi a vez de Deco proferir umas afirmações polémicas, prontamente desmentidas, mas que aparentemente lhe provocaram uma lesão na anca. Enfim várias coisas que todas juntas não pronunciam nada de bom. E o povinho português, amante da bola, comprou jornais, e perdeu horas a discutir estas coisas. Treinadores e comentadores de sofá, todos quisemos deixar bem marcada a nossa falta de confiança na selecção, e no seu treinador.
Hoje, sai um pouco mais cedo para almoçar. A ideia era ver o jogo de Portugal contra a Coreia do Norte, pelo menos a primeira parte durante o almoço. Fui almoçar a um sítio onde várias outras pessoas tinham tido a mesma ideia. E, mesmo sem grande confiança, lá estávamos a ver o jogo. O início foi morno. Aliás pareceu-me que a Coreia até estava mais organizada do que a nossa equipa. Houve alguns remates de parte a parte, com Ronaldo a acertar na trave. Parecia uma repetição de jogos anteriores.Até que surgiu o primeiro golo. Todos se levantaram, gritaram e pensaram que a coisa afinal até se compunha. E veio o segundo, depois o terceiro. Aí a Coreia perdeu o rumo, e tudo se precipitou. Foram golos atrás de golos, quase a perder a conta.
Acabei por ter pena dos coreanos, que quiseram jogar de igual para igual, e sofreram uma derrota humilhante. Não sei se não haverão consequências extra-futebol quando voltarem a casa. No final, o marcador contava 7 para a nossa equipa. Abraços, sorrisos e muita felicidade, e já se ouviam pessoas a ironizar, dizendo que sempre tinham acreditado no Queiroz. Obviamente que festejei os golos, e vibrei com a vitória, mas continuo a não gostar do Queiroz como seleccionador. Não sei como vai ser com o Brasil, mas muito dificilmente mudarei de opinião.
No entanto, eles que venham, que até os comemos!!!
José de Sousa, universalmente conhecido, e merecidamente aclamado, como José Saramago morreu.
Não o conheci, senão por alguns dos seus livros que li, e de uma ou outra aparição nas televisões, mas havia algo na sua irreverência que me agradava.
Não li todos os seus livros, mas o primeiro que li marcou-me de tal forma que nunca mais o esqueci. Foi o magnífico Memorial do Convento.
Não me foi fácil lê-lo. Ao princípio estranhei, e muito, a sua forma de escrever com a sua pontuação contrária a tudo o que me tinham ensinado, mas com insistência, e com algum esforço de concentração consegui entrar no ritmo, e depressa o terminei. Passado algum tempo, e mais alguns livros, é que percebi que ler um livro de Saramago, não é uma tarefa de lazer. Não é um autor que se leia na desportiva, como quem lê um jornal de anúncios de ocasião com a atenção partilhada com outra coisa qualquer. Saramago escreve escrevia de uma forma que nos obriga a dar-lhe atenção, a "ouvirmos" o que ele tem para dizer. E aí sim, podemos realmente apreciar a mensagem.
Saramago foi polémico. É o mínimo que se pode dizer dele. Mas, independentemente de concordarmos ou não com as suas ideias, quer as políticas, quer as religiosas, quer quaisquer outras, temos de reconhecer a genialidade do personagem Saramago. Não é qualquer autor que escreve sobre religião, sobre o amor, a morte e a vida como Saramago o fez. Não tinha medo de polémicas e lembro-me de algumas farpas que lançou aos seus críticos como "Eu li a bíblia, e os senhores leram o meu livro?".
Tinha ideias originais, e sabia explorá-las. Quem mais se lembraria de dar sentimentos humanos à morte, e pô-la a apaixonar-se?
Um ponto comum, e isto é obviamente a minha interpretação, é a compaixão pelas fraquezas humanas. Todos somos falíveis, e Saramago incorporou essa faceta nas suas histórias de modo admirável.
Não foi muito bem tratado pelo estado português, e isso deve-lhe ter custado imenso. No fundo é apenas prova da nossa tacanhez, que no dia da sua morte, em que o primeiro ministro decreta, e bem, luto nacional, na assembleia legislativa dos Açores, os partidos lá representados não se conseguiram pôr de acordo para aprovar um voto de pesar pela morte de José Saramago.
AR